quinta-feira, setembro 18, 2008

Você sabia?

Você sabia que no Brasil não existe anti-veneno para o tratamento dos acidentes causados por arraias?

As arraias possuem ferrões pontiagudos e retrosserrilhados, envolvidos por bainha de tegumento sob a qual estão as glândulas de veneno existentes. Causam ferimento pérfuro-cortante, com dor desproporcional ao ferimento. Há sangramento local e os bordos do ferimento são cianóticos.
Os acidentes são de caráter necrosante e a dor é o sintoma proeminente. O veneno das arraias é composto de polipeptídeos de alto peso molecular. Em sua composição já foram identificadas a serotonina, a fosfodiesterase e a 5-nucleotidase.O ferimento deve ser prontamente lavado com água ou solução fisiológica. Em seguida, imergir em água quente (temperatura suportável entre 30 a 45º C), ou colocar sobre a parte ferida compressa morna durante 30 a 60 minutos. Esta tem por finalidade produzir o alívio da dor e neutralizar o veneno que é termolábil. Fazer o bloqueio local com lidocaína a 2% sem vasoconstritor visando não só tratar a dor como a remoção do epitélio do peixe e outros corpos estranhos. Deve-se deixar dreno e indicar corretamente a profilaxia do tétano, antibióticos e analgésicos, quando necessário.Se a fama das arraias é proporcional à potência de seu veneno, há um grande desconhecimento a respeito dos procedimentos se houver acidente. Em 140 casos de acidentes envolvendo peixes venenosos documentados, oito foram de arraias. A maioria das vítimas teve ferroadas por bagres. No hospital, não se sabia, por exemplo, que a imersão do local da ferida em água quente alivia muito a dor. A água quente degrada o veneno, diminuindo o grau de envenenamento (intoxicação).


As arraias

As arraias, arraias ou peixes batóides são peixes cartilaginosos (Chondrichthyes) marinhos classificados na superordem Bathoidea (ou Rajomorphii) dos Elasmobranchii, que agrupa também os tubarões. As arraias têm o corpo achatado dorsiventralmente e, por consequência, as fendas branquiais encontram-se por baixo da cabeça – essa é a principal característica que distingue os peixes batóides dos "verdadeiros" tubarões. Vivem normalmente no fundo do mar (demersais), embora algumas, como a jamanta, sejam pelágicas.As arraias "típicas" têm as barbatanas peitorais como uma extensão do corpo, de forma arredondada ou em losango, pelo que se refere ao seu corpo como o "disco". Podem considerar-se neste grupo, não só as verdadeiras arraias (com pequenas barbatanas dorsais na extremidade da cauda), mas também os peixes-serra, os uges ou ratões (com um espinho venenoso na cauda), as arraias eléctricas e os peixes-guitarra e mesmo os tubarões-anjos (embora estes tenham as fendas branquiais parcialmente dos lados do corpo).As arraias são muito próximas dos tubarões, do ponto de vista filogenético, de tal forma que são incluídos na mesma subclasse (Elasmobranchii), por isso a divisão entre raias e tubarões é meramente morfológica. No entanto, alguns autores decidiram agrupá-las na superordem Bathoidea.
Existe apenas umas família de arraias que habitam água doce, principalmente em rios da América Central e América do Sul, a família Potamotrygonidae, cujos representantes têm também um espinho venenoso na cauda.
Diferente dos tubarões, que atacam animais maiores (e erroneamente atacam humanos às vezes), as arraias se alimentam apenas de pequenos peixes e invertebrados, como camarões, ostras e caranguejos.


O perigo

Graciosas e aparentemente inofensivas, escondem na parte menos vistosa do corpo, a cauda, um potente ferrão. Quando nadam em liberdade, não são capazes de atacar uma pessoa. Mas, se forem tocadas, disparam por reflexo uma espécie de chicotada, ferroando o corpo da vítima e provocando dores terríveis que persistem, nos casos mais graves, por até dois dias.
Quem nada em rios, principalmente os do Pantanal e da Amazônia, sabe muito bem que deve-se entrar na água rastejando os pés no fundo, para não haver perigo de pisar nas arraias, que ficam semi-enterradas na areia em águas rasas, buscando pequenos peixes para se alimentar.
Muitos pescadores são vítimas do ferrão quando fisgam o peixe e tentam tirá-lo do anzol (o correto seria pisar sobre o ferrão com um sapato, e aí retirar o anzol). No mar, onde vive a maior parte das espécies de arraias, os pescadores profissionais ficam expostos a acidentes quando vão retirar o bicho dos espinhéis ou da rede.
Em hipotética escala de 1 a 5, na qual 5 seria o veneno mais dolorido, o ferrão dos bagres estaria no nível 1; o das arraias, no nível 3; e o do peixe-escorpião (também conhecido como mangangá), o pior dentre os peixes brasileiros, no nível 5. Esse peixe é parente do peixe-pedra, que vive nos mares australianos, e é o único capaz de matar uma pessoa com o veneno.
Numa pesquisa que teve como produto o Atlas de Animais Aquáticos Perigosos do Brasil, constatou-se que nem todas as arraias possuem ferrão. É o caso das gigantescas e inofensivas arraias-jamanta. Nas arraias-elétricas (Narcine brasiliensis), o maior perigo são descargas de até 50 volts. A pesquisa prosseguiu pelos rios brasileiros, onde observou-se que o ferrão das arraias de rios produzem efeitos mais drásticos que as de água salgada.


O ferrão

- Chicote natural: o ferrão é um espinho achatado, semelhante a uma lança, que as arraias têm na cauda - dotada também de uma musculatura forte o bastante para dar "chicotadas" em potenciais inimigos.

- Rabo engatilhado: o peixe aciona sua arma quando se sente ameaçado - geralmente por predadores como o tubarão, mas também por pisões acidentais. O ferrão se eleva e fica em posição oblíqua em relação à cauda para facilitar o disparo.

- Como uma serra: o exterior do ferrão da arraia é rígido e tem um serrilhado semelhante ao de uma faca de cortar pão. Se ele penetrar na carne, as serrilhas reversas (como pontas de flechas) vão dilacerar o tecido ao sair.

- Arma química: o interior do ferrão é equipado com glândulas de peçonha: injetada na vítima, a substância pode causar dores, taquicardia, vômitos e diarréia, entre outros sintomas.


Arraias Manta

Um dos maiores peixes, pode alcançar a largura de até 7 m e peso superior a 1300 kg. Diferencia-se dos outros membros de sua família por possuir a boca terminal, direcionada para a frente, e a mandíbula superior sem dentes. Apresenta as nadadeiras cefálicas na forma de chifres, por isso o nome popular de “peixe diabo”.A coloração é variada, existem raias totalmente negras com manchas brancas na parte inferior, e ainda, raias verde-escuras ou marrons na parte superior, ambas com variações brancas na porção inferior.
As manchas na parte inferior servem para identificação, funcionando como impressões digitais. Normalmente permanece na coluna de água e alimenta-se de organismos planctônicos ali presentes. Animal dócil, de natação lenta e com reprodução tardia.O fato é que o encontro com as Arraias Mantas é muito comum no Inverno, ou seja, de maio a agosto é a época propícia para encontrá-las.
Arraia mata Steve Irwin

Steve Irwin tornou-se famoso a desafiar animais perigosos: abria a boca dos crocodilos e metia lá a cabeça, num autêntico truque de circo; sentava-se nas costas desses animais como se eles fossem mansos cavalos; lutava com dragões-de-komodo e fazia hábeis malabarismos com cobras venenosas. Tudo isto sempre com um sorriso nos lábios e ao mesmo tempo que comentava as arriscadas acções para as câmaras de televisão. E foi exactamente assim que o australiano, conhecido como Crocodile Hunter (Caçador de Crocodilos), morreu ontem: Irwin foi atingido pela cauda de uma raia quando filmava mais um dos seus programas na Grande Barreira de Coral, na Austrália.
A morte de Steve Irwin não deixa de estar envolta em alguma ironia. Antes de mais porque um homem que desafiava crocodilos foi morto por uma inocente raia. "É algo que acontece uma vez num milhão", explica Ben Cropp, especialista em vida aquática. "É um acto defensivo." E irónico também porque Irwin se encontrava com Phillippe Cousteau, neto de Jacques Cousteau, a filmar um programa intitulado Ocean's Deadliest, sobre os mais mortíferos animais que habitam os oceanos.
Como as más condições atmosféricas não permitiam avançar com esse projecto, decidiu fazer algumas cenas para um novo programa de televisão para crianças que estava a preparar especialmente para a sua filha mais velha, Bindi, de oito anos. "Ele mergulhou por cima de uma raia que estava enterrada na areia. De repente, a raia levantou a cauda e atingiu-o no pescoço", contou aos jornalistas John Stainton, o seu manager, acrescentando: "Morreu a fazer aquilo de que mais gostava. Estava feliz e em paz."
Nascido em Melburne, há 44 anos, Steve Irwin cresceu na região de Queensland, onde os pais tinham um pequeno parque de répteis.
Ainda jovem, começou por oferecer os seus serviços de tratador de crocodilos aos habitantes das zonas residenciais onde os grandes répteis encontram regularmente abrigo. Em 1992, Irwin começou a aparecer na televisão apresentando Crocodile Hunter, um programa onde desafiava os répteis mais perigosos com paus, mostrando ao mundo como estes animais podem até ser amigáveis e divertidos.
A vida do proprietário do jardim zoológico de Queensland foi mesmo tema de um filme, The Crocodile Hunter: Collision Course, realizado em 2002 por John Station. Arranhado, mordido, ferido, Steve Irwin exibia cada mazela como um troféu: "Crikey, quase me apanhou", era o seu grito de guerra. Mas nem sempre as suas ousadias foram elogiadas: em 2004, Irwin deixou-se filmar enquanto alimentava um crocodilo de quatro metros com o seu filho de apenas de meses, Bob, no colo. Steve Irwin defendeu-se dizendo que era preciso educar as pessoas para os perigos da natureza. A sua audácia custou-lhe a vida.


Arraias que saltam

Uma mulher morreu em março deste ano após ser atingida por uma arraia na Flórida (EUA). O animal pulou da água e atingiu a vítima que estava em um barco. Um acidente muito esquisito. A vítima era a norte-americana de Michigan, Judy Kay Zagorski, 57 anos.
Ela e sua família estavam a bordo de um barco no mar, próximos da cidade de Marathon.
O aguilhão da arraia atingiu a mulher no pescoço.
Segundo testemunhas, uma grande arraia pulou da água e colidiu com a vítima. De alguma forma o aguilhão da arraia penetrou no corpo dela.
A espécie que atingiu a mulher é conhecida como arraia-pintada (Aetobatus narinari). Os animais são comuns em águas mais quentes e geralmente são vistas próximas de recifes de corais.
Fontes: Animais Peçonhentos / Jornal Livre / Superinteressante / Wikipédia / Diário De Notícias / UOL / Instituto Laje Viva
Colaboração: Wilson Freitas

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