quarta-feira, janeiro 10, 2007

Anos 90, barra pesada!


Anos 90, barra pesada!

Se tem uma coisa que me faz voltar no tempo é assistir algum seriado antigo ou ouvir algum flashback! E quando se trata dos anos 90, a música é a maior responsável.
Bandas como FAITH NO MORE, RED HOT CHILI PEPPERS, GUNS N' ROSES, PEARL JAM, NIRVANA, SOUNDGARDEN são prova disso! Dessas bandas, a que mais ouço atualmente é o FAITH NO MORE. Mas se me perguntarem qual a banda símbolo dos anos 90 eu digo que é o NIRVANA. A banda de CURT COBAIN marcou uma geração e tornou-se um marco, tendo um de seus álbuns hoje como um clássico, o NEVERMIND. Mas deixando a música de lado, falemos de tal época...
Me sinto um privilegiado por ter vivido intensamente os anos 90! Não sei explicar ao certo, são vários os motivos... Estava num ótimo colégio, particular diga-se por sinal, terminando o colegial; meus pais tinham uma situação financeira estável (clase média alta eu diria?), e é claro, eu estava no auge da minha adolescência, com direito a passar pelo tiro de guerra, pelo qual fui dispensado (acredito eu que não tinham farda e sapatos para meu tamanho - rs), tirei carteira de motorista e beijei pela primeira vez! Sim, eu disse que beijei pela primeira vez, afinal de contas não tenho culpa por ser tão tímido na época e por carregar nas minhas veias, acreditem ou não, sangue de um verdadeiro cavalheiro à moda antiga. Não me envergonho nem um pouco ao falar sobre isso...
Enfim, os anos 90 foram isso, mas quero abordar dentro deste assunto a minha adolescência. Quando se fala em adolescência, o que vem primeiro na cabeça acho que são os amigos e as baladas. Em se tratando disso ouve uma transição na época. Um reencontro com "velhos amigos novos" (?). Eu explico... Amigos de infância que seguiram pra outro caminho e que derepente voltaram com novas idéias e novo comportamento.
Éramos uma turma grande, chegando a umas 30 pessoas, entre os mais novos que no começo eram "hostilizados" e os mais velhos.
É claro que não devo citar nomes aqui, mas quem me conhece desde esta época e está lendo este artigo, sabe de quem estou e estarei falando ou sabe quem foram os "responsáveis" pelas tais mudanças. Sei que quando fui me dar conta, já tinha deixado de jogar bola na rua, de andar de bicicleta, de tomar suquinho ou refrigerante e de entrar cedo às 22:00 aos gritos da minha mãe!
Os "bobódromos" estavam no auge! Na minha atual concepção, bobódromos não passam de lugares onde as pessoas vão para ver e serem vistas... Me lembro da pracinha da Sta. Rosália, da Av. Juscelino Kubitschek e por fim do Campolim, que talvez tenha sido o bobódromo mais duradouro.
O engraçado é que nessa época não enxergávamos estar passando pela melhor época de nossas vidas, e sendo assim, parecia ser extremamente necessário andar chapado frequentemente. E chapado de tudo quanto era jeito, afinal de contas as drogas estavam em todos os lugares, e de todos os tipos. E quando não se tinha acesso, chapava-se de qualquer coisa! Entenda-se que quando uso a expressão "chapar", não me refiro ao álcool. Não tinha como escapar, era inevitável, as drogas estavam por toda parte mesmo!
Virávamos a noite na rua, mesmo no meio da semana, na época quase ninguém trabalhava ou ainda estava estudando o que tornava-se a única preocupação, se é que podemos chamar aquilo de preocupação...
De início, quando começamos a sair, quase ninguém ainda tinha carro próprio ou sequer dirigia, então nos virávamos como podíamos, através de carona, nem que fosse em caçambas de pick-ups ou caminhonetes. Sempre que falo sobre isso, logicamente vem na cabeça a Saveiro de um amigo que hoje já não está mais entre nós. Pegar o carro escondido dos pais também era frequente...
O destino eram lugares onde se encontrava o maior número de pessoas, quanto maior a muvuca, melhor! O mais engraçado era o que íamos fazer lá, na maioria das vezes era ficar chapado, assistir os rachas ou arrumar briga. E em se tratando de briga, parece que tínhamos um ímã que as atraía. Eram raras as vezes em que saíamos do Recreativo Campestre sem brigar, seja em bailes de formaturas ou gritos de carnaval. Pra piorar tudo, tinha amigos que andavam armados, e quando digo armado, me refiro a revólver de verdade mesmo, ou "cano", "berro'' ou "trabuco" como eram chamados na época.
Os rachas aconteciam no início da subida da Antônio Carlos Comitre, mas os mais perigosos eram na Castelinho mesmo. As acrobacias eram dentro do atual estacionamento do Campolim tarde da madrugada e raramente a polícia aparecia.
Existiam também os barzinhos que faziam a muvuca acontecer também, muvuca esta que fazia com que o trânsito ficasse lento ou parasse por completo.
Depois vieram as danceterias, íamos sempre nos locais mais lotados também ou que estavam na moda. Lugares que os "boys" da época sempre faziam mudar frequentemente, pelo fato de chegar a um ponto onde os locais onde frequentavam ficassem totalmente sem condições de serem frequentados por causa das brigas e confusões.
Alguns lugares ainda podem ser facilmente lembrados. Barzinhos: Hawai, Salsa Verde, Nastri Bar, Arara Aurora (Rua da Penha), Peixaria Faculdade, Donzela, Kolina (Campolim), Chopperia Zero Grau, Coliseu, Porãozinho, etc. Alguns incrivelmente sobreviveram como o Kanakauê, o Porções...
As danceterias não duravam muito, lembro-me do Skalarrary, ADPM, Loft, World (Itú), Dest Club, Ópera Mundi, Recreativo Central, Tequila, Voyage, Detroit, etc...
Então começávamos a ter condução própria, alguns da turma já tinham um emprego e outros, os mais privilegiados e ou sortudos, ganhavam os veículos dos pais. Então parecia que algo estava mudando. As brigas e confusões tinham sidos deixadas de lado dando lugar a outras "preocupações". Era o momento em que preocupávamos em ter o carro sempre o mais equipado e chamativo possível, através de um som forte, frente rebaixada, spoilers, engates, insul-films, rodas, etc... Mas também era o momento em que os hormônios pareciam ter atingido o ápice, levando-nos a uma correria frenética em busca de mulheres. Rolava até competição pra ver quem ficava com mais garotas em uma só noite! Teria sido esta época em que a Mulher alcansou sua tão sonhada "liberdade"? Que houve uma mudança de comportamento e de valores referentes à isso, isso houve... Mas isso é assunto para outro tópico.
E por fim chegaram as responsabilidades. Teria sido este o principal motivo do final da "geração anos 90"? Ou simplesmente o fim de um ciclo e o início de uma nova era?
O fato é que não se tem mais notícias de crianças brincando nas ruas, de bobódromos ou de barzinhos que façam parar o trânsito, ou até mesmo dos carros equipados. Afinal de contas, onde está essa gente? Onde está a geração que nos substitua a altura?
Uma coisa é certa, as respostas pra todas estas perguntas serão respondidas por ninguém mais ninguém menos do que nossos próprios filhos, tenham certeza disso...

Ricardo M. Freire

Um comentário:

Unknown disse...

Fala Grande Ricardo!
Pois é, sobre o ídolo Eddie Van Halen, o meu caso foi quase igual ao seu, porém bem antes da Jump que vc citou. Conhecí o Van Halen através de um amigo, que tinha o disco Van Halen I. Fiquei pasmo quando escutei a Eruption. Não imaginava como alguém podia tocar daquela forma. Depois ví no programa Som Pop da Tv Cultura, alguns pedaços de shows dos caras, foi aí que realmente a mágica aconteceu! Assistí "Unchained", "Dance The Night Away", "Bottoms UP", "So this is love" e pirei!! Daí realmente me tornei fã.
Acho que essa coisa de ídolo é com o super herói. Quando eu era pequeno, queria ser o Super-homem, o Homem-aranha, o Batman, o Aquaman, essas coisas. Depois que crescí, queria ser o Eddie Van Halen!! rsrsrs... A diferença é que o Eddie é um herói "Real", enquanto os outros são apenas fanstasia.
Grande Abraço, Deco.